quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Oficina de Cartões



No dia 11/11 foi realizada uma oficina de cartões com materiais naturais. Foram usados materiais que os vegetais já dispensaram, sendo que nenhum deles foi arrancado das árvores e sim recolhidos do chão, separados e colocados para desidratar naturalmente por um tempo. A Drª Luzia Sigoli foi a responsável pela coleta dos materiais e por ministrar a oficina que será reproduzida nos três bairros atendidos pelo Sarau Itinerante.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Atividade de re-contação de estórias - Bairro Douradinho

O Envelope Mágico.

Mágico - (Em tom de picadeiro) Respeitável público, nós, o Grande Circo da Imaginação, temos a honra de apresentar pra vocês, o fantástico, o inigualável, o inexplicável, o inqualificável...Sarau Itinerante de Eco leituras! E eu lhes pergunto: O que é o Sarau Itinerante de Eco Leituras? E eu mesmo lhes respondo: É uma reunião legal, cheia de gente legal, que conta estórias legais, pra gente também muito legal! Esse incrível fenômeno será representado hoje, aqui, pra vocês... por nós. Eu, o Mágico Marqueto e minha assistente, Ivaneldes. Nossa mágica consiste em, através desse envelope mágico que contêm estórias escritas pelo pessoal do Douradinho, recontar essas estórias usando o poder mágico do quê? Isso: da imaginação! Nós tínhamos como convidado especial, representante-mascote do Bairro, o leão de juba dourada, mas como o IBAMA não autorizou sua presença devido a problemas de ordem farosófica, estaremos nós mesmos encarregados de conduzir nossa atividade. Faremos o melhor possível para que não sintam falta de nosso ilustre convidado ausente. Então comecemos:

A primeira estória (tira do envelope uma fichinha com o nome da estória)

A Festa no Céu

A bicharada resolveu fazer uma festa no céu. Tudo quanto é bicho ia, uns iam pra tocar um instrumento, outros só pra dançar e se divertir - porque festa é pra isso mesmo, né! Todos foram convidados! Mas ninguém pensou na dificuldade que seria pra alguns animais irem pra tal festa. Imaginem o senhor Hipopótamo, com todo aquele peso, indo pra lá... e o doutor elefante, daquele tamanho! Alguns ficaram contentes pelo convite, mas logo perceberam que os organizadores tinham convidado apenas por cortesia. Mas, o senhor sapo, ficou todo empolgado e, mesmo depois de perceber que não tinha asas e não podia chegar até lá, começou a matutar uma forma de conseguir ir. Pensou, pensou e pensou... até que, vendo seu compadre gavião, preparando a tuba que ia levar pra tocar , teve uma idéia: “ Posso me esconder na tuba do compadre gavião e, depois que chegar lá, eu saio e fico numa boa!”. Ele pensou só um pouquinho, sem raciocinar direito, e logo se enfiou na tuba, sem que o compadre gavião percebesse.

Todos prontos, já foram alçando vôo em direção à uma nuvem bem larga e espaçosa, branquinha, feito chumaço de algodão. A viagem, apesar de ser curta, foi meio demorada. O gavião teve de fazer um esforço extra pra levar a tuba, que estava um pouco pesada – o sapo não tinha feito regime e estava meio balofo. Com a demora o Senhor sapo pegou no sono e não percebeu quando o Senhor gavião começou a soprar a danada da tuba, ”Entupida com alguma coisa!” pensava ele. Assim, querendo desentupir a tuba-avião, compadre gavião puxou todo o ar que podia – afinal, a bicharada já tinha começado a tocar alguma coisa! – e soprou forte! O senhor sapo saiu feito bala de canhão e, antes que pudesse perceber, já estava caindo em direção da terra. Não fossem três águias amigas, o sapeca do sapinho tinha virado panqueca no chão.

Só assim ele aprendeu que nuvem não é brejo e sapo não é sabia sabido. Depois ele contou pros amigos mais íntimos que ele tinha confundido as coisas por causa de uma estória que a mãe dele, Dona Sapa, tinha contado quando ele era sapinho pequeno. Disse que tinha confundido a nuvem com brejo por que tinha ouvido falar que a nuvem guarda água e que, pensou ele, quem sabe não podia ter uma piscininha lá, onde ele pudesse mergulhar. “Mas que estória foi essa?” perguntaram seus amigos. Então o sapo contou sua versão da estória:

“Era assim: era uma vez uma nuvem que não queria chover. Essa nuvem, não se sabe porque, era uma nuvem que não tinha água, e vivia calada e triste. Outras nuvens tinham, mas ela não! (Daí veio a idéia da piscina) Essa nuvenzinha “reprimida” encontrou outras nuvenzinhas, todas elas bem falantes... (vocês sabem que nuvem também fala? Fala lá do jeito dela, mas fala!). E elas começaram a conversar com a tal nuvem tristonha. Falavam com ela de longe e, como ela não respondia, começaram a se aproximar dela, falando alto, naquele vocabulário das nuvens cheio de raios e trovões (a língua delas). Nessa aproximação, a nuvenzinha percebeu que também entendia a língua das outras e, devagar, começou a responder pras irmãs (porque, nuvem, é tudo da mesma família, sabe). Nessa conversação, todas elas começaram a ser misturar e perceberam – principalmente a nuvenzinha triste – que o que faltava pra ela chover era se livrar da solidão e juntar-se com suas irmãs, conversando e juntando as águas de todas elas numa só coisa: a chuva.”.

Foi assim que o sapinho contou a estória de como havia se enganado a respeito das nuvens e do erro em querer nadar nas águas que elas têm.“ Lugar de sapo é no brejo da terra! Não no brejo das nuvens!”, repetia ele, sempre que contava sua estória, pra quem quisesse ouvir.

E desse jeito termina nossa primeira reciclagem de estória. Sim, porque eu contei a estória que me contaram e dei outra cara pra ela, inventei coisas novas e “magiquei” um pouquinho a estória que existia antes. Vamos então pra segunda estória... (retira a segunda estória do envelope)

O pai e o filho enganador

Era uma vez um velho pai que tinha feito grande fortuna em sua vida. Tinha ganho seu dinheiro de maneira honesta e digna, sem ter qualquer sombra de remorso pelos seus atos durante sua existência. Este homem tinha um filho ao qual deixaria todos os bens e, fazia tempo, preocupava-se com a sorte do moço que, apesar de ter sido educado dentro dos melhores princípios, mostrava-se preguiçoso e sem nenhum esforço. Quando o filho era criança o velho contou-lhe uma estória que ouvira do próprio pai, e era assim:

“Um homem andava pelas ruas sem parar, dia e noite, com um saco enorme nas costas. Ninguém sabia ao certo o que havia nesse saco, mas todos os pais diziam aos seus filhos que dentro do saco estavam todas as crianças que desobedeciam e eram preguiçosas. Diziam: “Obedeça, senão chamo o homem do saco”, ou, “Não faça corpo mole ou homem do saco te leva.” O bom homem, pai do rapaz, aprendera com essa estória como controlar sua preguiça e teimosia, mas seu filho nada aprendeu. Noutra ocasião,o filho já tinha crescido um pouco e tornar-se arrogante, quis ensinar-lhe algo por meio de outra estória e, chamando o filho adolescente ao lado começou:

“Havia um oitiseiro muito forte, bonito, grande e muito resistente. Ao seu lado morava uma pequena goiabeira, fraquinha, feia e muito baixinha se comparada ao vizinho. Em diálogo dos dois o oitiseiro se gabava sempre de sua fortaleza, sua exuberância e majestade, lançando ao jovem todo tipo de ofensas. Certa noite, uma tempestade varreu o campo onde esses dois moravam. Na manhã do dia seguinte, estendido, no campo ainda úmido, jazia o grande e majestoso oitiseiro, que de fortaleza já não tinha nada. O seu porte, sua firmeza, provocara sua queda, enquanto que, ao seu lado, de pé e seguro, estava a pequena goiabeira, ainda inteira. Sua forma frágil tinha sido sua salvação, curvara-se diante do vento forte e, assim, sobrevivera“.O rapaz não entendeu a lição e continuou com a mesma atitude.

Como o tempo passara, o bom pai, agora velho, percebendo que a hora de sua partida se aproximava, estava ainda mais preocupado com o futuro do filho, e pior, com o que o rapaz, agora um homem, faria de si e aos outros se não tivesse, pelo menos, um pequeno ensinamento como orientação. Pensou e pensou, matutou e chamou o filho e disse: “Hoje eu não contarei estórias, quero propor um acordo.” O jovem ouviu atentamente, pois não era mau e tinha qualidades. O velho prosseguiu: “Você teve tudo a altura de sua mão e nunca teve de lutar para conseguir viver. Esse foi o único erro que cometi. Agora, enquanto tenho tempo quero lhe ensinar uma única coisa: O valor do que ganhas com o suor do próprio rosto.” Dizendo isso sugeriu ao filho que este lhe trouxesse cédulas de dinheiro ganho com o trabalho de um dia inteiro.

No dia seguinte o moço saiu, visitou um amigo e pediu-lhe dinheiro emprestado. À noite, no leito do velho levou as cédulas e entregou ao pai. O velho olhou o rosto do filho, pegou uma bandeja e uma vela acesa ao lado, queimou as cédulas, olhou novamente o filho e disse: “Quero o dinheiro ganho com trabalho honesto.” O jovem, baixou os olhos, saiu em silêncio, imaginando como o pai descobrira o acontecido. No dia seguinte, o filho foi mais longe, noutra cidade, bateu à porta de um banco e pediu um empréstimo, certo de que então o pai nada descobrisse. De noite foi novamente ao leito paterno e, com o mesmo ritual da noite anterior o velho pai queima, diante dos olhos do filho, as cédulas emprestadas, proferindo: “Seja honesto, não tente enganar seu velho pai moribundo. Traga-me dinheiro ganho com o próprio suor do seu rosto.” O rapaz saiu da mesma maneira, sem dizer palavra. Pensou e pensou. Algo no velho pai não podia ser enganado e resolveu , então, passar o dia trabalhando em tudo que aparecesse, colhendo pequenas notas por cada trabalho feito. E assim o fez, varreu campos, alimentou cavalos, ceifou o mato alto, podou arbustos, carregou troncos, tudo quanto foi serviço. Na aldeia todos riam dele: "Tão nobre e fazendo tanto trabalho duro!". À noite retornou ao quarto do pai e entregou-lhe as poucas notas que conseguira ganhar.

O homem olhou-o e, novamente, queimou as cédulas. Os olhos do filho chamuscaram, uma forte dor ardia também em seu peito. Sua expressão era a de alguém que perdera tudo. O velho pai olhou-o atentamente, viu que o filho chorava. Pediu que o filho se aproximasse e disse: “Vejo que já sabes o quanto vale o esforço honesto de um dia de trabalho! Posso partir tranqüilo, ciente de que usarás minha fortuna como se essa fosse feita das poucas notas que queimei agora.” E o filho compreendeu então que quem contava ao pai de suas trapaças era ele mesmo. E, a partir de então, passou a seguir os caminhos do que era justo e correto, por respeito ao que o falecido pai lhe deixara como herança maior, seus ensinamentos.

Essa estória foi contada pelo pai de alguém que recebera de seu pai que havia recebido também dos pais anteriores. Essa estória faz parte de uma tradição e nossa última estória também fala disso: tradição. (Retira um último cartão do envelope)

O Mágico que contava estórias

Nossa estória começa aqui e não tem tempo de terminar, porque pode continuar depois, com cada um de vocês. Cada um pode ser o mágico que reconta estórias. Ouviu daqui, ouviu dali, ouviu e recontou do seu jeito, usou a imaginação e vestiu a estória com outra roupa e desfilou com ela pra todo mundo ouvir e ver aquela fantasia. Como aquela vez em que alguém disse:

"Meu pai me contou que ele e meu tio, quando eram crianças pequenas, depois de verem que a gatinha que eles tinham tinha dado cria - um monte de gatinhos - resolveram proteger os gatinhos de um outro gato que vivia rondando os pequeninos. Tinham medo de que o gato grande matasse os pequenos e então, depois de conversarem muito, fizeram um esconderijo embaixo da terra, um buraco em que colocaram os recém nascidos... e fecharam os bichinhos lá. "Depois de um tempo os gatinhos viraram gatinhos-anjinhos."dizia meu pai toda vez que contava essa estória." Essa estória tem um negócio antigo chamado "ingenuidade". E o que é "ingenuidade?" Esse negócio com nome esquisito é aquilo que a gente faz pensando uma coisa inocente e que acaba fazendo sem pensar no que pode acontecer. Eu digo que é um negócio antigo porque nas estórias antigas ela aparece quase sempre. Outra estória em que essa tal ingenuidade aparece é aquela em que:

"...nos tempos de antigamente minha mãe dizia que não se podia dormir de janela aberta porque senão um bicho que andava de noite, chamado lobisomem, arrastava a pessoa distraída, que dormia com a janela aberta, pelos pés. E que, as vezes, surgia uma criatura diferente na imaginação dos mais velhos, como aquele bicho que disseram ter aparecido uma vez: que tinha um bico grande, feito um pato, de quatro pernas e que também puxou o pé do meu tio, quando ele era pequeno, isso foi de madrugada e o bicho queria que queria levar meu tio lá pro mundo dele porque meu tio dizia muito palavrão.

Meu tio nunca confirmou se viu o bicho mesmo, mas a verdade é que eu nunca ouvi ele dizer palavrão na minha frente." E era desse jeito, contando com essa tal ingenuidade que os adultos ensinavam as crianças coisas educadas. Como não dizer palavrão, por exemplo. Esse tal bicho de quatro patas reapareceu também numa outra estória onde:

"... uma menina muito desobediente, depois de brigar com seus pais e sair depois da hora, de dentro de casa, umas onze horas da noite mais ou menos, disse ter visto esse tal bicho bico de pato quatro pernas correndo atrás dela. Ela voltou pra casa feito um foguete, de língua pra fora de tanto correr... nunca mais saiu sem permissão e, hoje, ainda conta essa estória pra quem quiser ouvir, principalmente para as crianças que conhece." Eu mesmo ouvi dela e reconto pra vocês, pra todo mundo, pra gente grande e gente pequena, porque quem é adulto hoje, já foi criança um dia e é sempre gostoso lembrar dessa coisas passadas, que ouvimos faz tempo e, de vez em quando, relembramos.

Pra isso servem as estórias: pra gente rever a gente mesmo dentro delas. Imaginar que tudo que acontece lá dentro da cabeça do contador, está acontecendo dentro da nossa cabeça também.

E assim, entrando por uma por uma porta e saindo pro outra, vieram essas estórias e quem quiser que reconte outras.

Dia 12 de outubro de 2009.

Obs: as estórias que compõe essa narrativa foram coletadas em reunião do dia 3 de outubro de 2009, em reunião realizada no bairro do Douradinho.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Presença do escritor Paulo Riani no Bairro Romeu Tortorelli




No dia 1º de agosto o bairro Romeu Tortorelli contou com a presença do escritor Paulo Riani. O escritor promoveu atividades de interação com as crianças e adultos presentes. Esta atividade era bem simples: os participantes do encontro diziam algumas palavras e o escitor as transformavam em frases. Nesse dia contamos com vários adultos no encontro.

Atividade com fantoches



No dia 25 de julho foi realizada no bairro Romeu Tortorelli uma atividade com fantoches. A atividade foi realizada pelas próprias crianças, que fizeram de uma simples janela o palco de atração do dia. Os fantoches ganharam vida nas mãos das crianças que conseguiram prender a atenção de todos que estavam presentes.
Em seguida foi formada uma roda de conversas com o tema "importância da leitura e dos livros na vida da criança" com o intuito de expor para as mães presentes a importância da leitura na formação de seus filhos.

domingo, 16 de agosto de 2009

Presença Ilustre no Sarau!



O artista e agente cultural Marcus Tupiniquim esteve em São Carlos exclusivamente para visitar nosso Projeto.




Ele, que soube de nosso trabalho pela Internet, veio da Universidade Federal de Rondônia, com recursos próprios, para conhecer e participar do Sarau.




Aproveitamos Ilustre visita e montamos uma programação especial. Marcus também participou de nossas reuniões de trabalho e conversou com os alunos da UFSCar sobre assuntos ambientais.





Em um único sábado, Marcus visitou os três bairros (Jd. Tortorelli, V. Isabel e Douradinho). As atividades de leitura foram substituídas pela contação de fatos reais sobre a região Amazônica vivenciadas pelo artista que, além disso, nos contou lendas e nos encantou e motivou com sua música.





Marcus também nos presenteou com publicações temáticas ambientais e o mais importante, nos tocou com seus relatos como indígena participativo e envolvido totalmente com o Planeta. Seus relatos conscientes nos permitiram ter uma dimensão maior da proporção dos problemas ambientais.


Sem dúvida, um dos grandes acontecimentos que marcou o Sarau se chama: Marcus Tupiniquim.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Participação de Bolsista no Evento de extensão!







A bolsista Ivanildes participou na última semana do Seminário Nacional de Cultura e Extensão Universitária em São João Del Rei, apresentando um poster com as nossas ações!






Troca de experiências inenarrável!



Aprendizado, idem!






Oficina com o escritor Paulo Riani! Um sucesso!




No último sábado, 23 de maio, tivemos a visita do escritor Paulo Riani!


Uma experiência fantástica.


O ecritor, grande incentivador da leitura e da escrita para a criançada, nos presenteou com uma oficina sobre a arte de escrever estórias!




Em síntese, a criançada toda discutiu o tema meio ambiente, sugeriu palavras e depois, uma linda estória coletiva foi construída.




Paulo Riani agora irá visitar os Bairros Jd. Tortorelli e Vila Isabel.


Ao final, será construída uma estória coletiva contada pelos participantes do projeto dos 3 Bairros!